Niterói quer ser modelo para uso de bicicletas
A Niterói Transporte e Trânsito (NitTrans) acaba de concluir o mapa com cerca de 40 quilômetros de rotas cicláveis que serão implantadas na cidade. O projeto será incluído no “Plano de Melhorias para o Sistema Viário, Trânsito e Transporte Público”, elaborado pela Prefeitura de Niterói, com a consultoria do escritório do urbanista Jaime Lerner. Pensando no incentivo ao uso das bicicletas como alternativa à mobilidade urbana, avenidas movimentadas receberão ciclovias que ligarão os bairros ao Centro.
De acordo com o presidente da NitTrans, Sérgio Marcolini, a intenção é transformar a cidade em referência para o uso da bicicleta no Brasil, assim como acontece em países de primeiro mundo como a Dinamarca e a França. Ele explica que os projetos das rotas cicláveis estão sendo implantados aos poucos, de acordo com o programa de obras previstas no município, como a Via Orla e outras mais complexas, como o alargamento das avenidas Marquês do Paraná e Jornalista Alberto Torres, na Praia de Icaraí. Ruas do Centro, Zona Sul, Zona Norte e Região Oceânica já vêm recebendo as ciclofaixas, espaços delimitados nas vias apenas para ciclistas, e ciclorrotas, compartilhadas com veículos.
“Tratar de bicicleta não se resume em fazer ciclovias. É necessário que haja todo um planejamento cicloviário. Estamos implantando nos nossos projetos o conceito de que as ruas devem ser completas para todos os meios de transporte e usuários. Os projetos de ciclovias serão implantados conforme formos realizando todas as intervenções previstas no Projeto Lerner. Ao mesmo tempo em que estamos projetando os corredores exclusivos para ônibus e BRTs, vamos incluir as ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas”, afirma Marcolini.
Morador do Fonseca, o analista de sistemas Diego Silva, de 27 anos, utiliza a bicicleta como meio de transporte diariamente. Ele reclama da dificuldade de seguir do bairro até o Centro ou Icaraí, devido ao grande movimento de carros nas ruas. A perspectiva de novos espaços para ciclistas o deixa animado.
“Seria um sonho poder transitar de um bairro ao outro na cidade em um espaço apropriado para bicicletas. É dura a vida do ciclista, porque ninguém nos respeita. Se andamos nas ruas os carros quase passam por cima. Aí, se ficamos receosos e subimos pelas calçadas, somos xingados pelos pedestres”, relata o ciclista.
Educação – Responsável pelo planejamento das rotas cicláveis, Glauston Pinheiro, assessor da NitTrans, acredita que os projetos de vias para bicicletas devem priorizar a educação e conscientização da população. Para o ano que vem, a Divisão de Transporte Não Motorizado da autarquia está preparando uma programação que inclui palestras, seminários, campanhas e exposições.
“Vamos distribuir mapas de bolso com todas as rotas para bicicleta da cidade e realizaremos uma série de eventos para promover a educação no trânsito e o respeito aos ciclistas. Entre as ações, vamos visitar empresas de ônibus para ministrar palestras aos motoristas”, explica o especialista no assunto.
Rotas – Entre as principais ciclovias que estão sendo planejadas, Glauston destaca a que será implantada de Charitas ao Gragoatá, na Via Orla, sendo interligada com a ciclovia que o Governo do Estado construirá do Gragoatá ao Terminal Intermodal, no Centro; outro elo de Icaraí ao Centro será a ciclovia que sairá da Rua Miguel de Frias, passando pela Marquês do Paraná até a Rua Doutor Celestino, que não terá mais ônibus, já que eles passarão em mão dupla na Avenida Amaral Peixoto; ligando a Zona Norte ao Centro, a ciclovia da Av. João Brasil até a São Lourenço é uma das apostas da NitTrans; já na Região Oceânica, a intenção é ligar a ciclofaixa do Engenho do Mato até Itacoatiara e Itaipu.