Patinetes motorizados
Pouco se sabe a respeito da origem dos patinetes… Na década de 60 eram brinquedos comuns, normalmente feitos de madeira com rodas maciças de metal revestido de borracha. Acredito que povoavam as mentes de meninos e meninas na época de Natal.
Uma referência curiosa que descobri é que já na 2ª Guerra Mundial patinetes motorizados foram utilizados por paraquedistas (Fuzileiros Navais) ingleses. O patinete era motorizado, reforçado, dobrável e acondicionado dentro de uma embalagem metálica, assim eram jogados dos aviões e um sistema de abertura automática do paraquedas fazia o resto do trabalho. Quando o fuzileiro pousava abria o seu e podia se locomover rapidamente no front de batalha.
A Excelsior que na época fabricava motocicletas ficou responsável em desenvolver a idéia do patinete motorizado. Aqui um exemplar raríssimo que nunca foi sequer usado…
Mas esta definitivamente não era a principal função do patinete. Na época muitos riam da idéia de ver fuzileiros andando em patinetes motorizados nas linhas inimigas…
Por um bom tempo os patinetes caíram no esquecimento até que no final dos anos 80 início dos 90 os patinetes voltaram com força total. A estrutura de madeira deu lugar ao alumínio, as rodas sólidas foram substituídas por rodas de poliuretano que permitiam muito mais velocidade e dirigibilidade. Guidom dobrável, sistema de freios na roda traseira e baixo peso completavam o pacote. Rapidamente os patinetes em versão modernizada caíram no gosto de adultos e crianças.
No final dos anos 90 um americano olhou um patinete abandonado na garagem e logo ao lado um pequeno motor de 50cc de câmbio automático… Surgiu a idéia de montar um patinete motorizado. Algumas adaptações como pneus de borracha de aro 4″ equipados com câmaras de ar, freios nas duas rodas e a opção de versões com e sem selim foram patenteadas e posteriormente oferecidas a dois grandes fabricantes de brinquedos. O sucesso do patinete motorizado foi tão grande que o estoque não foi suficiente para atender a demanda.
Práticos, econômicos, desmontáveis e porque não, muito divertidos logo se tornaram uma febre mundial.
Aqui no Brasil a primeira empresa a fabricar patinetes motorizados foi a Walk Machine. Que logo percebeu que poderia aprimorar ainda mais o “brinquedo”. Veio a refrigeração forçada por ventoinha, guidão com maior largura para aumentar a estabilidade e cobertura na polia que ofereceria mais segurança aos condutores.
Bom o guidão rebatível não era difícil transportá-lo em uma sacola ou porta malas. O “brinquedo” começou a se sofisticar cada vez mais.
Com o boom de vendas outras empresas se apressaram em desenvolver seus próprios modelos. Suspensão independente das duas rodas, pneus com cravo para utilização em terremos acidentados e até 2 marchas automáticas tornaram a brincadeira ainda mais divertida.
A transmissão por polia deu lugar a um sistema de corrente, coroa e pinhão muito mais robusto e durável. A posição de pilotagem original dos patinetes foi abandonada dando lugar a pilotagem “sentado” e o desempenho melhorou muito com os sistemas de suspensão e pasmem, freios a disco nas duas rodas.
Em tempos de produtos ecologicamente corretos alguns fabricantes partiram para fabricação de patinetes elétricos. Estes tem os packs de bateria, controlador do acelerador e demais sistemas escondidos por carenagens e são carregados diretamente em tomadas convencionais de 110 ou 220 Volts. Tem autonomia de aproximadamente 2 horas de uso e velocidade bem inferior aos seus similares com motores a combustão.
Modelos carenados e com faróis como o da imagem acima, ou mais espartanos porém não menos eficientes como os da imagem abaixo.
Até mesmo alguns renomados designers criaram patinetes elétricos com visual nem de longe parecidos com os que estamos acostumados a ver. Mas por sorte mantiveram a funcionalidade e a praticidade dos modelos originais, mas como neste caso com o diferencial de ter um par de rodas atrás dispensando que o condutor se equilibre.
Talvez um dos mais curiosos “patinetes” a venda no mercado seja o Segway. Elétrico e dotado de dois pneus em paralelo o “brinquedo” possui um moderníssimo sistema composto de 5 micro-giroscópios e 2 acelerômetros que estudam as mudanças no terreno bem com como a influência sobre a postura do condutor e isso a uma velocidade espantosa de 100 vezes por segundo.
Para que o Segway avance o condutor se inclina para a frente, para que recue o condutor se inclina para trás e a direção é controlada pelo guidom que reage suavemente aos comandos do condutor. O mais curioso sobre este patinete do futuro é que quando ligado ele fica na vertical automaticamente sem a necessidade de nenhum tipo de apoio ou descanso.
Utilizando duas baterias de Li-ion leva em torno de 8 horas para carregar completamente. Tem autonomia de 35Km e velocidade limitada aos 20Km/h.
Sem dúvidas uma solução incrível para mobilidade urbana. Hoje é muito comum ver nas grandes cidades o Segway sendo utilizado por policiais em patrulhamento, seguranças em shoppings centers e aeroportos ou simplesmente como veículo de lazer.
Será que ainda inventarão um patinete mais moderno e sofisticado do que este? Quem viver verá!