Duas 4 tempos no Caminho de Darwin

Cada vez que olho a Serra da Tiririca da varanda de casa fico intrigado. Imagino como teria sido a passagem de Charles Darwin por estas terras nos idos de 1832 percorrendo estas trilhas em uma expedição.

Darwim viajou pelo norte fluminense subindo a serra da Tiririca, em Niterói. Passou ainda por Maricá, Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio, Barra de São João, Macaé, Conceição de Macabu, Rio Bonito, Itaboraí. Em alguns desses lugares, pode-se ver as mesmas construções e paisagens que o naturalista descreveu em seu diário de viagens, como a Fazenda Itaocaia, em Maricá, onde pernoitou; ou a Estrada do Vai e Vem, onde passou quando viajava pela região de Niterói e ruínas da Fazenda Campos Novos, em Cabo Frio, onde elogiou a comida.

Bem, no Domingo 11/09/11 eu e meu amigo Marcio resolvemos percorrer o trecho de Niterói a Maricá do Caminho de Darwin com nossas Bicimotos de 50cc e 4 tempos. Tanques cheios… E pneus calibrados e partimos cedo ainda sob a leve bruma da manhã.

A primeira parte do trecho é plana misturando trechos de asfalto com ruas de terra batida. As duas 4 tempos vencem esta etapa sem qualquer problema mantendo médias entre 35 e 40Km/h após 5 Km chegamos ao início do Caminho de Darwin já dentro do Parque Estadual da Serra da Tiririca.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O torque dos motores HuaSheng de 4 tempos nos ajudou a vencer algumas subidas mais ingrimes e a embreagem centrífuga tornou o passeio ainda mais agradável. Mesmo sem suspensão nossas Bicimotos se mostraram bastante confortáveis ao encarar a trilha de terra batida.

 

 

 

 

 

 

 

 

Neste ponto a elevação do terreno deve ficar em torno de uns 400 mts acima do nível do mar. Depois desta breve parada bastou um puxão na cordinha do pull start para que o tuc tuc tuc dos 4 tempos ecoasse pela trilha… Hora de seguir a trilha.

 

 

 

 

 

 

 

 

Uma pequena amostra do que as Bicimotos de 4 tempos enfrentaram neste passeio. Subidas e descidas de tirar o fôlego, cheias de pedras e trechos de areia. A esta altura já tínhamos encarado uns 8Km do Caminho de Darwin e começávamos a descer em direção ao Vale de Itaocaia onde seria possível avistar pela primeira vez a Fazenda Itaocaia onde Charles Darwin pernoitou.

 

 

 

 

 

 

 

 

A vista de tirar o fôlego serviu de pausa para fotos…

 

 

 

 

 

 

 

 

Nestas descidas começamos a considerar a instalação de freios a disco que com certeza nos dariam mais confiança do que os V-brake de nossas bikes. Mesmo com o motor bem quente após todo o esforço a que foram submetidos bastou mais uma vez puxar a cordinha para seguir descendo o Caminho de Darwin rumo ao Vale de Itaocaia.

 

 

 

 

 

 

 

 

As subidas e descidas da trilha por fim deram lugar a uma reta longa e lisa que nos permitiu médias em torno dos 50Km/h. Neste momento o hodômetro parcial marcava 11Km percorridos. Esta distância em termos de consumo representa entre 200 e 300 ml de gasolina consumida uma média excelente considerando todo o esforço que nossas Bicimotos fizeram na trilha.

 

 

 

 

 

 

 

 

Finalmente chegamos à Fazenda Itaocaia. Pena que ainda estava fechada pois não passavam das 8hrs, mas ver de perto a fazenda onde Charles Darwin pernoitou, percorrer parte da trilha que ele percorreu a mais de 100 anos atrás em duas Bicimotos 4 tempos foi muito gratificante.

 

 

 

 

 

 

 

 

Aproveitamos a parada para uma verificação geral. Combustível em ordem, freios em ordem, pneus calibrados… Então é só acelerar rumo à Praia de Itaipuaçu que fica na divisa entre Maricá e Niterói…

 

 

 

 

 

 

 

Este trecho por ser próximo à praia é muito arenoso e os pneus Praiano da Levorin corresponderam às nossas expectativas. Novamente vale frisar que o excelente torque dos motores 4 tempos de nossas Bicimotos ajudaram a transpor mais estes obstáculos sem problemas. A ausência de postos de gasolina não chegou a incomodar considerando a autonomia de mais de 100Km com apenas 2 litros de gasolina…

 

 

 

 

 

 

 

 

Apenas esta ponte separa Maricá de Itaipuaçu. Aqui a única preocupação foi com a segurança. Fiquei imaginando o que aconteceria com minha Bicimoto se ela caisse dentro do canal. Parei sobre a ponte apenas o tempo necessário para fotografar…

 

 

 

 

 

 

 

 

Finalmente as duas Bicimotos chegaram intactas à Praia de Itaipuaçu. O  hodômetro marcando 24Km rodados. Dentro dos tanques mais de 1L e 1/2 de gasolina… Se considerarmos o esforço extra dos motores na trilha e nos trechos de areia estamos falando de médias de mais de 50Km por litro. O detalhe é que a Bicimoto vermelha não tem nem 200Km rodados ou seja ainda está em fase de amaciamento do motor.

 

 

 

 

 

 

 

De volta ao portão de casa. Distância total percorrida 33Km, duração do passeio 2h30m. Gasolina consumida700ml. Problemas? Nenhum!!

Este passeio com as duas Bicimotos de 4 tempos valeu como teste para nossas próximas aventuras. É possível manter médias horárias acima dos 45Km/h sem forçar o motor, o consumo em torno de 60Km por litro (ou mais) permite uma autonomia em torno de 120Km por tanque. O sistema de refrigeração forçada por ventoinha do motor 4 tempos mantém a temperatura de funcionamento adequada mesmo em baixas velocidades.

Enfim um passeio memorável em nossas Bicimotos… Em breve novas aventuras!!!